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...me dê seu cérebro por duas horas e você nunca mais será o mesmo.

segunda-feira, maio 28, 2007

The Parable of the Blind Men and the Elephant

It was six men of Indostan
To learning much inclined,
Who went to see the Elephant
Though all of them were blind,
That each by observation Might satisfy his mind.

The First approached the Elephant
And, happening to fall Against his broad and sturdy side,
At once began to bawl:
"God bless me, but the Elephant Is very like a wall!"
The Second, feeling the tusk, Cried,
Ho! what have we here
So very round and smooth and sharp?
To me 'tis very clear
This wonder of an Elephant
Is very like a spear!" (lança)
The Third approached the animal
And, happening to take
The squirming trunk within his hands,
Thus boldly up he spake:
"I see," quoth he, "The Elephant Is very like a snake!"
The Fourth reached out an eager hand,
And felt about the knee:
"What most the wondrous beast is like Is very plain,"
quoth he; "Tis clear enough the Elephant Is very like a tree!"
The Fifth, who chanced to touch the ear,
Said, "Even the blindest man
Can tell what this resembles most;
Deny the fact who can: This marvel of an elephant
Is very like a fan!" (leque)
The Sixth no sooner had begun
About the beast to grope
Than, seizing on the swinging tail
That fell within his scope,
"I see," quoth he, "the Elephant Is very like a rope!" (corda)
And so these men of Indostan Disputed loud and long,
Each in his own opinion
Exceeding stiff and strong.
Though each was partly in the right,
They all were in the wrong!
John Godfrey

sexta-feira, maio 25, 2007

PlataformaDeclaração de Princípios

Já que todos os comportamentos sociais bonzinhos deram nisso aí, quem sabe este comportamento, mais honesto, não dará resultado melhor?

Desrespeitarei todos os meus semelhantes independentemente de sexo e idade, raça ou religião, irritando-os o mais possível, provocando, na medida de minhas forças, a revelação e o desenvolvimento do lado mais negro de sua natureza.

Chatearei e provocarei meu próximo, e os seus filhos, e os filhos de seus filhos, até tornar sua vida insuportável, usando para isso todas as diabólicas oportunidades que oferece a vida em comum nos edifícios de apartamentos.

Farei da minha vida um exemplo hediondo (insuperável) de intolerância e incompreensão totais.

Aclamarei todas as vaidades, apoiarei todas as reivindicações mesquinhas ou estúpidas, animarei todas as dúvidas reacionárias, inflamarei protestos da grande maioria estacionária, acenderei lembranças amargas em todos os cérebros doentios, serei o artífice inigualável das frustrações pessoais e coletivas, não dormindo, não comendo, nem descansando enquanto houver qualquer possibilidade de fomentar uma dissolução ou criar qualquer atrito, por menor que seja, à minha volta.

E para isso usarei todos os meios ao meu alcance, toda a imensa oportunidade que a tecnologia me oferece — o telefone, o jornal, o rádio, a imprensa, o Pássaro Madrugador.

Não me deixarei enganar pela propaganda pacifista e tola que pretende acabar com os conflitos entre as nações e mais tarde, talvez, quem sabe?, até mesmo entre os indivíduos. Me recusarei a viver nesse mundo de horror em que o amor seja a constante e o cotidiano.

Recusar-me-ei a apoiar qualquer organização que vise à paz, ao ecumenismo religioso, à filantropia, ao altruísmo em qualquer de suas formas ou maneiras de se manifestar.

Serei sempre a favor do câncer.

Serei inimigo mortal do amigos de infância, dos casais bem constituídos, das famílias tranqüilas, dos escritórios bem organizados, dos municípios bem administrados.

Atribuirei sempre aos outros as mesmas intenções de má-fé, inveja, insinceridade e capacidade de simulação de que me sinto capaz.

Impedirei, na medida em que me for possível, de qualquer forma, sem medir sacrifícios, a liberdade de expressão de qualquer pessoa que discorde de mim ou de meus pontos de vista mais reles, e procurarei cercear essa liberdade, usando da intriga à força física, sem esquecer a delação, sobretudo nos casos em que tais idéias possam provocar bem-estar social, euforia individual ou sequer um sorriso de satisfação numa criança.

Dedicarei minha vida a muito mais do que viver e deixar viver: procurarei não viver desde que me seja impossível impedir a existência alheia.

Procurarei diminuir a crença no certo, a esperança no futuro, a necessidade do otimismo. Praticarei a ofensa, não temerei argumentos sadios, nem pouparei a honestidade e a retidão, destruindo-as onde quer que as encontre.

Enfim: serei um competente e denodado artífice da intolerância, do ódio e do atrito pessoal e grupal, servindo ao rompimento, ao litígio e à separação. Combaterei todos os ditadores, de Assurbanipal a Pinochê, sem esquecer de Hitler e Stalin, como exemplos de extrema tibieza no comando do poder, como líderes excessivamente democráticos e humanos. Amém.

Millôr